quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

OS MICRONS


Pra começar a falar sobre os Microns eu preciso voltar ao primeiro ano escolar na escola Júlio Mesquita em 1959/1960, foi quando comecei a  estudar, aprender a ler , escrever e aprender a andar sozinho pela cidade- Era um caminho curto , umas 7 quadras, da rua do Pescador até o Julio Mesquita,  mas quando se tem 1.30 de estatura , tudo fica muito mais longo. Foi ali que comecei a aprender a ser gente. Foi ali que conheci amigos que conservo até hoje. Minha primeira professora foi dona Lucia Barreto. Sempre fui bom aluno, nunca fui CDF, mas sempre fui de prestar atenção na aula para não precisar estudar  em casa e sempre me dei bem me portando assim. Morria de medo quando via o Sr Hiládio andando pelos corredores da escola, era sinal que íamos tomar algum tipo de vacina ou injeção. BCG todos tiravam de  letra, mas a famosa antitetânica, essa era de doer, mas não tinha jeito, tínhamos que ser  vacinados (ainda bem) . As cadeiras, ou melhor, carteiras , como eram chamadas eram ocupadas por 2 alunos e meu primeiro companheiro de carteira foi um dos Microns , o Gustavo, Luis Gustavo Giovelli, um moleque ruívo que entortava a boca quando escrevia ( ele não se recorda disso, mas eu sim) Nos tornamos grandes amigos  e sempre caíamos na mesma classe até chegarmos no IESO (ginásio) fiz mais amigos ainda e  muitos deles já vinham do Júlio Mesquita. No ginásio é que pintam as meninas na vida dos meninos e na minha vida não foi diferente, é ali que começam os primeiros namoricos.
Em 1965, eu tocava com os REBELDES,  Guto Piva, Eu, Picão Moisés , Keko Piva,  Mano Colferai Fernando Riberti (ordem da foto) Foi meu primeiro conjunto, tinha 12 anos- Fazíamos sucesso no programa de rádio aos domimgos ao vivo as 11 da manhã transmitido direitamente da Sociedade Operária, sob o comando de Dácio Clemente. Éramos também ponto alto na Barraca do Lopes na festa de maio.
Foto cedida por Fernando Riberti
Creio que tenha  eu tocado 1 ano e pouco com eles , até junho ou julho de 1966.  A partir dai comecei a me encontrar novamente com o Gustavo Giovelli que havia voltado do Seminário em Rio Claro, eu acho e fazíamos um duo, ensaiávamos quase todos os dias na sua casa, ao lado do largo do Riachuelo- Era sempre uma festa, regada a água com gás e groselha  da venda do Hortêncio Cavenaghi -  Era comum no começo de noite  ficarmos tocando violão ali no largo sempre rodeado da moçadinha que vinha  de vários cantos da cidade. As meninas do riozinho, do tola cavalo, do são benedito, não vou citar nomes porque posso esquecer de alguns, mas quem ler e esteve por lá, certamente se lembrará. Em um momento montamos um conjunto que deve ter durado um mês, tocamos uma vez na casa da Selma , os Moicanos, eu Gustavo Giovelli e Aquiles Miranda na bateria. Passada essa euforia dos Moicanos, surge ali no Riachuelo morando com sua avó, Waldemar Razzo Filho, não demorou pra termos mais um elemento na banda, eu e Gustavo tocando guitarra e o Wardê no contrabaixo. Eu ainda morava na rua do pescador e sempre me encontrava com o Guinesi ali em frente a caixa econômica , ele ia na casa da avó e tocávamos violão , acho que só tinha uma música no repertório Blue Star. Queria ele no conjunto, mas não teria lugar pra mais uma guitarra, então fiz a proposta se ele queria tocar bateria, ele nunca havia sentado em uma bateria, ele concordou. Não tínhamos bateria, arrumamos uma caixa de bateria, as baquetas no incio eram 2 pentes, isso mesmo , pentes, que pegamos da mãe do Gustavo, a saudosa dona Ivonete, que tinha um salão de cabeleireiro ali na garagem da casa dela. Um tempo depois um tio do Guinesi  que morava em uma cidade vizinha tinha uma bateria e a emprestou pra gente - O Guinesi sentou pela primeira vez em uma bateria e tocou como se já tivesse estudado há anos- quem viu algum dia ele tocando sabe o QUANTO ele toca. Então estava formado os Microns
Guinesi, Eu, Waldemar e Gustavo - Foto tirada em  1967 na barraca do Lions durante a festa de maio.
Não demorou pra gente começar a fazer sucesso na cidade. Tocávamos nos bailinhos da dona Cida Giovelli em prol formatura, jantares do Lions, Grêmio Estudantil, aniversários de 15 anos e outros, ah, até em um casamento japonês nos tocamos. Nosso repertório era basicamente de músicas estrangeiras.Tínhamos um empresário , mais uma criança  na banda, Gordo Moraes, esse mesmo, primo do Guinesi e virou empresário, ensaiávamos no Cine Rádio que era do avô do Gordo. Em 68 entrou mais uma pessoa no conjunto , Nando Sabag que veio a ser o cantor do conjunto, junto com o Waldemar. Nosso repertório cresceu com a chegada dele, seu irmão ,João Law e Adilson Bittar tiravam as letras ouvindo  a rádio BBC de Londres, depois conseguíamos os discos nos reuníamos na casa do Nando e tirávamos as músicas na vitrola enorme Telefunken
 e montávamos os repertório.  Algumas das músicas- Started a Joke, F.comme Femme, The End, Atlantis, Time is on my side, Georgia on my mind.




3 comentários:

Waldemar disse...

Maravilhoso irmão.sou um cara de sorte por ter conhecido voce, o Gugi o Luis e o Fernando milhões de muito obrigado , te adoro cara.

Waldemar disse...

Maravilhoso irmão.sou um cara de sorte por ter conhecido voce, o Gugi o Luis e o Fernando milhões de muito obrigado , te adoro cara.

Anônimo disse...

Bom dia!Tudo em paz?nos anos 60 fomos um monte pro seminário Claret de Rio Claro.Serginho cavenaghi e o irmão dele o César, Zé Muniz, Sérgio baiod, Cláudio salgado,Carlito Siqueira mas não lembro do Gustavo giovelli ter ido com a gente.Gente fina o Gustavo foi meu vizinho por muitos anos.Pena que alguns já partiram.Abcs